terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Málá ou Japamálá








"Japa" é uma palavra em sânscrito que vem da raiz verbal "jap",
que significa "murmurar, sussurrar".

"Japa" é a prática feita pelos yogis na repetição em tom de murmúrio de
mantras, de passagens das escrituras, ou do nome de uma divindade.

A repetição destes mantras, o "Japa", é uma "corrente", um "cordão de energia".

Málá, em sânscrito, significa guirlanda, colar, terço ou simplesmente um "cordão de contas". Japa significa repetição, portanto japamálá é uma forma de colar com 108 contas(fora o "Meru", a conta central no mala).É utilizado principalmente para a prática de repetição de mantras, com isso se obtém uma excelente concentração o que facilita a entrada em um estado de meditação. O mais tradicional é que o málá possua 108 contas e feito de sementes (rudráksha, sândalo ou tulasi), mas existem málás com 54 ou 27 contas, ou seja, metade ou um terço de 108e de outras contas.

Japa é uma excelente prática que rapidamente reduz as flutuações da mente e que é aconselhado práticas diárias pelos Gurus para termos êxito na meditação. Japa pode ser feito verbalizado (vaikhárí), sussurrado (upamshu) ou mentalizado (manasika).

Cada Volta realizada no "málá", é um degrau na escada para a união com o éter divino.

Um "málá" estimula seu usuário a fazer os "japas" diariamente.

As contas,são separadas por um nó especial chamado Brahmagranthi ou nó da criação. O japamálá possui uma conta extra chamada Sumeru, uma referência ao monte Meru, simbolizando a Nadi Sushumna ou canal central. A função desta conta é despertar para a prática, uma vez que ao começar o Japa (repetição de um Mantra) pode acontecer de se tornar automático e sem consciência. O Sumeru trás de volta a consciência ao Japa e da mão que segura o málá.

O málá de alfabetos (akshamala) é feito de contas rudraksha. É composto de 51 alfabetos do script Devanagari de 'a' (अ) para 'ksh (क्ष). Aqui 'a' (अ) em 'L' (ळ) são contabilizados nas contas ordinárias e 'ksh' na sumeru.

Rudraksha ou Rudraksh é uma grande árvore de folhas verdes grandes, cuja semente é tradicionalmente utilizado para contas de oração no hinduísmo.
Rudraksha significa “lágrima de Shiva”, “Rudra” é um dos nomes do Senhor Shiva, geralmente atribuído à sua forma mais anciã, e “Akasha” significa lágrima. Conta a lenda que o Senhor Shiva, ao ver o sofrimento da humanidade, se encheu de compaixão e chorou, e suas lágrimas, ao caírem na terra de Bharata (a antiga Índia, que antes compreendia o conjunto maciço de todos os continentes), viraram as sementes de Rudrakshas.

A semente mais rara e mais cara é de uma linha, e a mais barata e comum de 5 linhas, que são feitos os Japamalas. Lembramos que 5 linhas corresponde ao planeta Júpiter, um planeta benéfico natural, em sânscrito é conhecido pelo nome de Guru, sendo senhor do conhecimento espiritual. Portanto, ótimo para as práticas espirituais.

O japamálá auxilia na prática da concentração agindo como um ponto de apoio. Ele não irá impedir que você disperse, pois isso é próprio do estado de agitação da mente, mas ele faz com que se lembre do que está fazendo e volte o seu foco para a concentração. Além disso, quanto mais você usá-lo para recitar mantras de sua escolha, mais ele se impregnará dessas e da sua energia e se tornará um objeto sagrado, podendo inclusive conferir-lhe proteção.

Explicando o número 108 do japamálá

Este número “108” é um número sagrado, por diversas razões. Estas razões são matemáticas e metafísicas (como a própria matemática). Os antigos indianos eram excelentes matemáticos. Não houve matéria no campo da Álgebra e da Geometria, que não tenha sido estudado por eles. Este número é produto de operações matemática precisas, por exemplo, se multiplicarmos 1 na primeira potência, por 2 na segunta potência, este resultado por 3 na terceira potència, teremos 108. isso porque o produto de 1 na 1, é 1, e de 2 na 2 é 4, e 3 na 3 é 27, portanto, 1 x 4 x. 27 = 108. Mas talvez a influência mais direta do número 108 não tenha apenas relação matemática, mas sagrada com os fonemas do “alfabeto” sânscrito e a divisão do cosmo, de tempo e espaço. Por sua vez, o alfabeto sânscrito possui 54 letras ou fonemas que são chamados masculinos, e 54 que são chamados femininos, sendo conhecidos como Siva e Sakti, respectivamente, e que somados resultam em 108.



Regras e sugestões para a pratica do Japa

1- Escolha um Mantra, caso não tenha nenhum especifico opte pelo OM que é sempre benéfico e seu efeito é imediato.

2- Use o dedo médio e o polegar da mão direita para dar voltas no Mala. Uma conta é puxada por cada repetição do mantra e inicie pela primeira conta após o Meru ou Sumeru (aquela conta que une o início com o fim, que fica por fora das demais contas e que é ornamentada com fios coloridos, geralmente vermelho). Ao chegar ao final gire e volte o japamálá iniciando novamente um novo kála (ciclo) de mantras. O Meru indica que estão finalizadas as 108 repetições do mesmo mantra. Utilize a própria passada de retorno pelo Meru como a repetição do centésimo oitavo mantra. Após a passada pelo Meru, inicie novamente pela primeira conta após o Meru. É sempre dada uma volta antes de iniciar um novo ciclo, nunca feito de forma continua e cíclica.

O polegar representa seu chakra da garganta e o dedo do meio
representa o éter divino no chakra do coração.
Assim, como estamos nos comunicando com seres elevados do plano etéreo,
este mudra aumentará nosso poder de comunicação espiritual.

Mantenha a mente firme prestando a atenção em sua respiração, nas contas e em seu mantra.

3- A melhor posição para se fazer o Japa é sentado em Padmasana ou Siddhasana. A mão que segura o Mala (direita) pode ficar apoiada sobre o joelho direito com o japamálá apoiado no chão.

4- Pronuncie corretamente cada palavra do Mantra e não repita muito rápido nem muito devagar.

5- A repetição do Japa produz Chitta Shuddhi, purificação mental, eliminando naturalmente Samskaras (impressões passadas) e Vasanas (desejos). O Chitta Shuddhi é um estágio muito importante na vida espiritual, pois se os Vasanas e os Samskaras não forem removidos eles se tornarão um grande obstáculo no caminho da pessoa.

6- Seja de qual for o tipo o japamálá, o que importa é utilizá-lo com disciplina para ajudá-lo a tranqüilizar a sua mente e transformar a palavra ou frase repetida em um mantra de realização para você. Quanto mais repetições fizer, mais energia agregada terá.

Propriedades de alguns cristais

As pedras descritas abaixo podem ser usadas por qualquer pessoa.



Ônix
Pertence ao grupo do quartzo (SiO2 - Óxido de silício). O Onix é uma gema de cor negra. Traz bons sentimentos, saúde e sorte. Aumenta a concentração e a estabilidade em geral.


Turquesa
De composição química CuAl2 [(OH)2 / PO4]4 4H2O (fosfato de alumínio e potássio, contendo cobre), a turquesa protege o corpo de envenenamentos. Protege os viajantes e seu poder de proteção aumenta quando é dado de presente. Transmite paz à pessoa. Esta associada aos olhos e a cabeça.



Água Marinha
Pertence ao grupo do berilo, e sua composição química é Be3Al2 (SiO3)6 (silicato de alumínio e berílio). Sua cor varia do transparente ao azul. Ajuda a superar a ansiedade. É um calmante para o coração.


Citrino
O citrino é uma variedade de quartzo transparente (SiO2-óxido de silício). Sua cor é amarela. Desintoxica o corpo físico, mental e emocional. Regenerador dos tecidos, ativa a energia de autocura.



Olho de Tigre
É um tipo de quartzo (SiO2 - óxido de silício) opaco, listrado de dourado e marrom, apresentando um brilho sedoso. Promove prosperidade, boa sorte e esta associado ao sistema digestivo.


Opala
Sua composição quimica é SiO2 nH2O (Óxido de Silício Hidratado). O nome OPALA é de origem sânscrita "upala" que quer dizer pedra preciosa. A Opala é conhecida como a pedra portadora de boa fortuna e que sua presença trás amor e afasta os males. Acredita-se que as opalas demoram aproximadamente 60 milhões de anos para se formar.



Quartzo róseo
É a variedade rosa do quartzo (SiO2 - óxido de silício). Reduz o stress e a tensão. Aumenta a criatividade. Esta associada a fertilidade, ao perdão, a compaixão.



Sodalita
É um mineral de cor azul escura acinzentada, de translúcido a opaco, cuja composição química é Na8 (Cl2Al6Si6O24) (silicato de sódio e alumínio com cloro). Fortalece a comunicação e a expressão criativa. Ajuda a ser mais objetivo e menos crítico sobre os modos de lidar com a existência.

Jade
A composição química da jade é MaAl (Si2O6) (silicato de alumínio e sódio). Sua cor é verde. Esta associada aos rins. Combate a fadiga, favorece a fertilidade e longevidade.


Malaquita
Sua composição química é Cu2 [(OH)2 CO2] (carbonato básico de cobre). Sua cor é verde. É conhecida como ‘pedra do rim’. Simboliza a amizade e prosperidades.





CONSAGRAÇÃO

. Uma das primeiras coisas que se deve fazer é lavar tua Japamalá com água e sal, para limpar as energias de todas as pessoas que tiveram contato com ela, desta forma ela se purifica e a partir daí somente você deve toca-la, ou seja, não se deve deixar que outra pessoa pegue tua japamala, com raras exceções, como esposo(a) ou outro familiar próximo.Não esqueça,o japamálá é um instrumento muito pessoal, toda a energia do mantra acaba se armazenando no málá. Essa energia armazenada faz com que a cada prática, a mente do sádhaka (praticante) se aproxime cada vez mais do estado de meditação. O verdadeiro autoconhecimento só acontecerá se a meditação for realmente vivenciada, pois este é o caminho para a auto-realização. Além de todas as energias intrínsecas dos mantras que permanecem no málá, a própria energia do sádhaka e do sádhana (prática) permanecem presentes no japamálá

. Pode-se perfuma-lo com freqüência, de preferência com perfume de sândalo, pode-se comprar um vidrinho de essência de sândalo ou rosas e colocar algumas gotas todas as manhãs antes de suas práticas.


. Caso queira utilizar um japamálá no pescoço, reserve este mala somente para esta finalidade e ainda procure mantê-lo sempre dentro da roupa se possível, em contato com a pele, principalmente os japamálá de rudráksha e tulasi. O seu japamálá de prática diária de meditação não deve ser o mesmo que você usa no pescoço,este,Guarde como se fosse um tesouro.Não pendure em paredes ou em lugares em que possa ficar exposto a qualquer tipo de energia.
Pode-se também ter varias japamálás, de vários tamanhos e cores. Um para levar sempre consigo, uma para deixar dentro do carro (para proteção), outra para deixar no Altar, etc.

Lembre-se: O Japamala não deve ser considerado um objeto de vaidade, é uma ferramenta de evolução espiritual, por isso evite expô-los como se fossem colares de adornos , assim você deixará o seu japamálá exposto às energias negativas da rua, locais públicos, de outras pessoas e estará desvirtuando completamente o significado do japamálá. O málá é um instrumento para refrear e controlar o ego e não para fazer com que ele cresça.

Para guardar o seu málá de prática diária, utilize um pano limpo ou um saquinho de tecido.
(Exemplo de bolsa para guardar o Japamala, feita em feltro e costurada a mão.)

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